sexta-feira, maio 02, 2008

Texto 3: De Tudo...A ARTE

De Tudo... A Arte

Débora Oliveira
Grupo Caos & Acaso de Teatro do Oprimido
19 anos



Sentir como nunca se sentiu. Ouvir como nunca se ouviu. Ativar, como nunca se ativou,. Olhar, como nunca se olhou. Pensar como nunca se pensou. È um bom prólogo, é uma “interessante crise chinesa” e por certo um ótimo fórum.

Uma duvida que me persegue nas apresentações de Teatro do Oprimido, mais especificamente de Teatro-Fórum: o público percebe o verdadeiro debate, qual nosso objetivo e o que se processa até a reflexão final?

A Arte de fazer o corpo refletir em harmonia com a mente. Mas para isto vários muros necessitam ser quebrados, como os dos sentidos mais primários e por isso, essenciais para a vida pessoal. Esses muros que foram impostos e que nos atrevemos a quere derrubar através da arte.

Sentidos Primários como o Tato ganham um “espaço cênico” nas apresentações públicas. Quando menos se espera o contato humano já foi realizado, e mais um simples contato corporal, torna-se realmente uma expressão corporal, como nunca se sentiu anteriormente.

Assim, o “Debate Cênico” nos impele à quebra de outros muros, por exemplo, a transformação do modo de ouvir. O que nos é tão natural passa por um processo de desmecanização, mas não de qualquer forma. Quebra-se mais um muro, de maneira ritmada.

O “frio na barriga”, o choro sentido, a projeção da imagem, nossa opressão encenada e a coragem. Alem de biológico, esse processo de ativação dos vários sentidos é interno. “remexendo o passado”, ativando a memória, exercendo seu poder de intervenção. Mais um muro que se levou a destruição.

De repente, olha-se no olho do opressor, e se percebe que ele é mais um muro – forte e robusto – mas não inquebrável. Pode não ser imediata a nossa solução, mas ver o que nunca se viu na realidade e cenicamente, nos abre espaços para reflexão.

Pensar, o que nunca se pensou....isso sim, compõe um muro complexo, literalmente, um “quebra-cabeças”, mas a partir do momento em que já se sentiu diferente, olhou diferente...ativou-se completamente.

A complexidade da opressão encenada foi desmistificada e pela ultima vez, um muro foi quebrado...sim, ultima vez...por que depois que o corpo refletiu em harmonia com a mente, os sentidos estarão claramente desenvolvidos e mais nenhum muro será facilmente construído.

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