quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Diários de Bordo

Mandinga Teatral


Minha aproximação com Teatro do Oprimido, aconteceu primeiramente pela Teoria: Amigo dos Multiplicadores da FTO comecei a me interessar e ler sobre a metodologia. Porém, o entendimento veio com a prática, no momento que entre para o Grupo Mandinga Teatral.

Minha entrada para o Grupo se deu de forma inesperada. O ator que iria fazer o papel do opressor não podia mais continuar no elenco e uma lacuna se abriu. Fui para “tapar um buraco” e acabei por mergulhar em uma nova linguagem teatral.

O Grupo Mandinga é composto por estudantes universitários que procuraram conhecer uma forma de se fazer teatro. Que nos orientou nessa viagem, foi o Multiplicador do FTO Glauco Garcia, que a partir de jogos e exercícios foi nos orientando a cerca da construção da cena-fórum. O tema foi escolhido a partir de um acontecimento real, que ocorreu com um dos integrantes do elenco. O Assédio moral e sexual no trabalho.

Escolhido o tema, faltou criar os personagens e mais uma vez recorremos aos jogos e aos exercícios propostos por Boal. De uma forma surpreendente os personagens foram surgindo e o espetáculo ganhando contornos. Em cinco encontros a cena estava pronta para ser apresentada na IV Mostra de TO.

Uma cena curta, mais muito forte. Foi surpreendente a forma como as pessoas intervirem na peça, mostrando como aquele tema era urgente e que precisa, mais do que nunca ser debatido.






Tom Joslim
Grupo Mandinga Teatral




Grupo mandinga 02


A idéia de início era a de fugir um pouco da rotina semanal. Uma tarde por semana pra espairecer a cabeça. Só precisava de um número mínimo de cinco pessoas.
Pronto! Já tínhamos todos os cinco e mais um pouco.
No primeiro encontro não apareceu ninguém. O Glauco ficou doido.
Mas em compensação no segundo foi todo mundo.
O Glauco passava uns exercícios que a gente não entendia nada. A gente só sabia rir! E o Glauco ficava doido.
Cerca de dois encontros depois a gente já compreendia melhor todos aqueles exercícios e a concentração era maior. Como todo o grupo já se conhecia, por causa da universidade, o diálogo corporal foi mais fácil.
No quinto encontro realizamos um exercício, onde cada integrante do grupo deveria contar um momento de sua vida do qual havia se sentido oprimido. Em unanimidade todas as histórias eram relacionadas a emprego, mas uma chamou maior atenção do grupo. Era a história de uma das garotas, que nos contou ter sofrido assédio de um patrão e não o denuncio, mas precisou se demitir.
Esta, então, foi a história escolhida para montar uma cena. Criamos um cenário de escritório. Depois, conforme o exercício, entramos no cenário e nos posicionamos onde mais nos sentíamos à vontade. A cena foi fluindo, o desenrolar do diálogo improvisado parecia natural.
Resolvemos apresentar a cena para um outro grupo que ensaiava uma peça para a Mostra, onde tivemos a nossa primeira intervenção. Depois dessa pequena apresentação fomos convidados a nos apresentar na IV Mostra do Teatro do Oprimido. Com um friozinho na barriga aceitamos.
Tínhamos menos de um mês para transformar aquela pequena cena em um Fórum. Com encontros fora de horários e prolongados conseguimos uma peça de quinze minutos. Precisávamos apenas de um nome para o grupo e não se sabe direito o porquê, o nome escolhido foi Mandinga. Mandinga Teatral!
Realizamos a apresentação na Usina Cultural junto a outros grupos populares da Fábrica de Teatro do Oprimido. Nesse dia vimos que o resultado de todo este processo foi positivo. Conseguimos aplicar os exercícios, que tanto havíamos rido no início de tudo, com técnica e tivemos boas intervenções.
Hoje a idéia do grupo se estende em estudar o método de Teatro do Oprimido e aplicá-la em cena fazendo experimentos.

Ana Soranso
Grupo Mandinga Teatral

Um comentário:

  1. OLÁ MEU NOME É FERNANDA SOU ACADEMICA DO ULTIMO ANO DE SERVIÇO SOCIAL DA UNIOESTE E ESTOU INICIANDO UMA PESQUISA SOBRE O TEATRO DO OPRIMIDO PARA FUTURAMENTE INICIAR MEU TCC(TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO). BOM EU GOSTARIA DE SABER COMO ENTRO EM CONTATO COM VOCES, PARA ADQUIRIR MAIORES INFORMAÇÕES SOBRE O GRUPO, SERIA DE GRANDE AJUDA E PRAZER CONHECER A FABRICA DE TEATRO DO OPRIMIDO POIS ADMIRO ESTA FORMA DE ARTE "SUBVERSIVA" . DESDE JA AGRADEÇO PELA ATENÇÃO. MEU E-MAIL PARA CONTATO FERZIKA@HOTMAIL.COM

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